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A série Adolescência, da Netflix, escancara uma dura verdade: adolescência e o colapso do sistema educacional caminham juntos quando o Estado e a sociedade falham com nossos jovens. A produção britânica, com apenas quatro episódios, não se limita à narrativa de um crime, mas revela as feridas abertas de um modelo educacional que exclui, adoece e abandona.

A escola não cria os problemas sociais — ela os reflete

Nos quatro episódios da minissérie, vemos policiais invadirem uma escola britânica. A cena impacta, mas o que mais chama atenção é o retrato de um ambiente educacional moderno e tecnológico, porém frio, ineficaz em acolher os estudantes.

Enquanto isso, no Brasil, enfrentamos o oposto: escolas públicas com estrutura precária, salas superlotadas e poucos recursos tecnológicos. No entanto, é no afeto e no esforço dos educadores que a esperança resiste.

Tecnologia sem humanidade não educa

A escola retratada em Adolescência aposta em ferramentas digitais, mas ignora aspectos essenciais da convivência e do vínculo humano. A pedagogia do diálogo, como defendia Paulo Freire, está ausente. E isso também acontece por aqui: onde há pouco investimento, sobra desafio.

Veja alguns dados alarmantes:

  • Mais de 1.000 alunos para apenas 2 ou 3 ATEs (Auxiliares Técnicos de Educação)
  • Professores sobrecarregados, sem tempo para acompanhar cada estudante
  • Falta de infraestrutura básica, o que prejudica o aprendizado

O dilema do educador: “Será que fiz diferença?”

Um dos momentos mais tocantes da série mostra policiais relembrando os professores que marcaram suas vidas. Isso levanta uma pergunta angustiante, comum a muitos educadores: será que consegui fazer a diferença?

Mas essa pergunta não deveria ser individual. É uma questão estrutural, como alertava Darcy Ribeiro: “A crise da educação no Brasil não é uma crise; é projeto.” O abandono da educação é, infelizmente, parte de um modelo que não quer uma população crítica — apenas obediente.

O sistema educacional precisa de socorro, não de omissão

Transformar essa realidade exige coragem política e ação imediata. É necessário:

  • Reduzir o número de alunos por sala — turmas superlotadas impedem qualquer ensino de qualidade
  • Valorizar os profissionais da educação — professores, ATEs, gestores e toda a equipe escolar são fundamentais
  • Investir com prioridade na escola pública — ela não pode ser tratada como gasto, mas como base de um país justo

O que Adolescência nos ensina sobre o colapso do sistema educacional?

Adolescência e o colapso do sistema educacional não são apenas temas de ficção. Eles refletem, com crueza, o que muitos jovens enfrentam diariamente no Brasil. Precisamos resgatar a escola como espaço de pertencimento, formação crítica e transformação social.

E você? Quando olha para a escola pública hoje, o que enxerga?

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