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Por Fernanda Giannasi

O que é o amianto e por que é tão perigoso

O amianto, também conhecido como asbesto, é um mineral fibroso de alta resistência mecânica, térmica e química. Por mais de 100 anos, ele foi amplamente usado na indústria brasileira, principalmente nos setores da construção civil, têxtil e automotivo.

Antigamente, o amianto recebeu apelidos como “mineral mágico” e “seda mineral”, devido à sua resistência e maleabilidade. No entanto, com o avanço dos estudos, descobriu-se que sua exposição causa doenças graves e fatais, transformando-o na chamada “catástrofe sanitária do século XX”.

Amianto no Brasil: riscos à saúde

Entre os principais problemas causados pelo amianto no Brasil, destacam-se:

  • Câncer de pulmão, laringe, ovário e aparelho digestivo;
  • Mesotelioma, um câncer raro, incurável e agressivo, cuja única causa conhecida é a exposição ao amianto — levando, em média, à morte em menos de um ano após o diagnóstico.

Esses impactos à saúde justificaram a mobilização de especialistas, movimentos sociais e organizações de defesa do trabalhador.

Amianto no Brasil: Decisão do STF e o desafio à proibição

Em 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu definitivamente o uso do amianto no Brasil, reconhecendo os riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

No entanto, em uma medida controversa, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, sancionou duas leis que desafiam a decisão do STF:

  1. A primeira permite a exploração do mineral para exportação a países mais vulneráveis socioambientalmente.
  2. A segunda, aprovada mais recentemente, estende o uso do amianto por mais cinco anos, até 2029.

Essa postura coloca o Brasil como único país do mundo com proibição legal e, ao mesmo tempo, mineração ativa.

A luta contra o amianto continua

Organizações sociais, vítimas e familiares, juntamente com a Abrea (Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto), que completa 30 anos de militância em 2025, seguem mobilizadas para:

  • Defender o banimento definitivo do amianto no Brasil e no mundo;
  • Garantir justiça às vítimas e familiares;
  • Denunciar iniciativas que fragilizam conquistas já reconhecidas pelo STF.

Por isso, é essencial fortalecer o debate público e cobrar políticas que priorizem a saúde, a dignidade e a vida.