Um escândalo que se arrasta desde 2023
A cidade de São Paulo vive um escândalo envolvendo as armadilhas da dengue compradas pela gestão Ricardo Nunes. Desde 2023, denúncias apontam superfaturamento, falhas graves de manutenção e perseguição a um servidor público que expôs as irregularidades. Como resultado, o caso se tornou alvo de investigação do Ministério Público.

Contrato suspeito e relações perigosas
Tudo começou em 2023, com a compra de armadilhas de autodisseminação de inseticidas contra o mosquito Aedes aegypti. O contrato foi firmado entre a Prefeitura e a empresa Biovec. Embora o objetivo fosse combater a dengue, os valores pagos chamaram a atenção.
Além disso, a relação entre o prefeito Ricardo Nunes e o empresário Marco Antônio Bertussi, dono da Biovec, agravou as suspeitas. Ambos fundaram juntos a Abrafit, o que levanta um possível conflito de interesses.
Falta de manutenção aumentou os riscos
Em 2025, a situação se agravou. A Controladoria-Geral do Município (CGM) abriu sindicância para investigar a má manutenção das armadilhas. Conforme dados da própria Secretaria de Saúde, as trocas do veneno ocorreram, em média, a cada sete meses. No entanto, o fabricante recomenda um intervalo de até quatro semanas. Por sua vez, a secretaria estipulava o máximo de três meses.
Enquanto isso, os registros apontam que cada armadilha recebeu apenas 2,5 visitas em 18 meses. Isso revela abandono e falta de controle.
Portanto, em vez de combater o mosquito, as armadilhas podem ter se tornado criadouros.
Servidor que denunciou foi punido
Paralelamente, o auditor Santillo, responsável por recomendar a sindicância, foi removido do cargo. Segundo reportagem da Agência Pública, ele concluiu seu parecer em dezembro de 2024. O documento foi validado por todos os setores da CGM, incluindo o controlador-geral.
Apesar disso, após o caso se tornar público, houve pressão interna para puni-lo. Servidores afirmam que o prefeito Ricardo Nunes ficou incomodado com o vazamento das informações. Em vez de proteger o interesse público, a gestão perseguiu um servidor que apenas cumpria sua função.
Saúde pública abandonada
Consequentemente, a cidade vive a pior epidemia de dengue da história. Em vez de agir com responsabilidade, a administração de Ricardo Nunes ignora alertas técnicos, expõe a população a riscos e pune quem tenta impedir os abusos.
Além do prejuízo aos cofres públicos, a má gestão compromete diretamente a saúde de milhares de pessoas.
Insegurança também no transporte
Enquanto isso, outra investigação está em curso. O Ministério Público do Trabalho (MPT) apura a retirada de operadores de trem (OTs) da linha 15-Prata, do monotrilho da zona Leste.
De acordo com o Sindicato dos Metroviários, a ausência de operadores gera riscos. Além disso, há relatos de assédio a funcionárias, especialmente após a retirada de barreiras de segurança na cabine.
Em média, um operador transporta mais de 5 mil passageiros por dia. Portanto, sua retirada pode comprometer seriamente a segurança dos usuários.
Casos como o das armadilhas da dengue e da automação do monotrilho revelam um padrão. Há descaso com o dinheiro público, perseguição a servidores e, principalmente, desprezo pela população.
É urgente que se exija responsabilidade, transparência e respeito à vida dos paulistanos.