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O corte de verba das Olimpíadas Estudantis em São Paulo revela um grave ataque à educação pública. A decisão da gestão Ricardo Nunes reduziu 50% dos recursos destinados ao evento, prejudicando diretamente milhares de estudantes, professores e atletas. Além disso, ao mesmo tempo em que restringe o acesso ao esporte, a prefeitura investe R$ 17 milhões em um contrato para estudos de privatização das escolas municipais.


Redução drástica nas Olimpíadas Estudantis

Com o corte de verba das Olimpíadas Estudantis, várias modalidades antes organizadas em três fases — regional, polo e final — agora têm apenas uma fase. As mudanças afetam principalmente:

  • Atletismo: de até 100 atletas por escola para apenas 15;
  • Tênis de mesa: de 36 atletas para 10.

Consequentemente, a oportunidade de revelar novos talentos e incentivar a prática esportiva caiu drasticamente. Muitos jovens, que poderiam se destacar e conquistar bolsas ou acesso a centros olímpicos, terão seus sonhos interrompidos.

História de Felipe dos Santos: exemplo ameaçado

O caso de Felipe dos Santos, atleta brasileiro do atletismo, simboliza o impacto dessas mudanças. Nascido em Guaianases, Felipe competiu no decatlo nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Ele descobriu seu talento enquanto estudava na EMEF Presidente Juscelino Kubitschek, escola pública da zona leste de São Paulo.

Com apoio, começou a treinar aos 12 anos e alcançou o Centro Olímpico. No entanto, com o atual cenário, muitos “novos Felipes” podem não ter a mesma oportunidade.

Projetos de lei para salvar as Olimpíadas

Para enfrentar o corte de verba das Olimpíadas Estudantis, estão em tramitação na Câmara Municipal os PLs 23/2021 e 750/2019, que buscam:

  • Garantir recursos permanentes para o evento;
  • Ampliar a participação de escolas e modalidades;
  • Criar políticas de incentivo ao esporte para estudantes da rede pública.

Nesse sentido, é essencial o apoio da população para aprovar essas propostas e defender o direito ao esporte.

Corte de verba: Contrato milionário para privatização da educação

Enquanto corta investimentos no esporte, a gestão Ricardo Nunes assinou o Contrato nº 261/SME/2025 com a empresa São Paulo Parcerias S.A.. O documento destina R$ 17 milhões para criar modelos de privatização da rede municipal de ensino.

Em outras palavras, o objetivo é terceirizar a gestão de escolas públicas, inclusive 95 unidades na região de São Mateus, transferindo patrimônio e serviços para a iniciativa privada. Além disso, o estudo de privatização acontece enquanto escolas sofrem com:

  • Falta de merenda de qualidade;
  • Infraestrutura precária;
  • Salas superlotadas;
  • Professores sobrecarregados.

Portanto, o dinheiro que deveria ser investido em melhorias reais vai para um projeto que ameaça os direitos dos estudantes.

Defesa da educação pública

O corte de verba das Olimpíadas Estudantis e o contrato milionário para privatização mostram a falta de prioridade com a educação. Assim, a sociedade precisa se mobilizar para exigir:

  • A revogação do corte de recursos;
  • Transparência sobre o contrato de R$ 17 milhões;
  • Investimentos reais na rede municipal;
  • Apoio aos projetos de lei que defendem o esporte e a educação.

Por fim, a cidade de São Paulo precisa de políticas que garantam oportunidades, acesso ao esporte e qualidade no ensino. A defesa da educação pública deve ser prioridade, e não a sua entrega ao setor privado.