A proposta de instalar escolas cívico-militares em São Paulo não representa uma inovação, mas sim um grave retrocesso. Ricardo Nunes, ao aderir ao projeto de Tarcísio de Freitas, resgata uma pauta autoritária do bolsonarismo, tentando agradar setores ultraconservadores, enquanto abandona a verdadeira solução: investir na educação pública de qualidade.
Investimento distorcido nas escolas cívico-militares em São Paulo
Em primeiro lugar, é preciso olhar para os números. Segundo matéria do Estadão, o custo anual por aluno em colégios militares chega a R$ 19 mil — mais que o triplo dos R$ 6 mil gastos por estudante da rede regular. Ou seja, além de cara, essa política atinge um número reduzido de estudantes.
Se fosse ampliada, custaria R$ 320 bilhões por ano, valor três vezes maior que todo o orçamento do Ministério da Educação. Portanto, é um modelo financeiramente inviável e socialmente injusto.
Escolas cívico-militares favorecem interesses políticos e econômicos
Por trás desse modelo, existem interesses escusos. A Abemil (Associação Brasileira de Educação Cívico-Militar), presidida por um suplente bolsonarista, já firmou R$ 11 milhões em contratos sem licitação. Não por coincidência, Nunes também tem histórico de contratos suspeitos. Portanto, a adesão ao modelo é mais um movimento político do que um compromisso com a educação.
Militares nas escolas não resolvem os problemas da educação
Além disso, o modelo excludente atinge principalmente os mais pobres. Por exemplo, escolas cívico-militares não funcionam à noite, o que prejudica a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Assim, estudantes trabalhadores ficam sem opção de estudar. A prometida disciplina, na prática, vem acompanhada de autoritarismo e de exclusão.
Ainda mais preocupante é o fato de policiais aposentados receberem mais que professores, ocupando cargos de “monitores” sem formação pedagógica. Em vez de resolver os desafios da escola, o modelo transforma a segurança pública em prioridade, esquecendo que o papel da escola é educar — não reprimir.
Famílias são obrigadas a aceitar o modelo
Vale lembrar que as escolas públicas são designadas por proximidade. Ou seja, se a escola mais próxima da casa for militarizada, a família não tem alternativa. Caso opte por outra unidade, perde o direito ao transporte escolar. Assim, por conta de uma decisão política, crianças e adolescentes são prejudicados.
Prefeito Nunes ignora soluções reais para a educação
A gestão de Ricardo Nunes, em 2023, fez manobras contábeis para esconder que investiu menos do que o mínimo legal em educação. Em vez de ampliar o orçamento para contratar professores, melhorar a estrutura das escolas e oferecer merenda de qualidade, o prefeito prefere apostar em uma pauta ideológica. Tudo isso, apenas para agradar eleitores bolsonaristas em ano eleitoral.
Escolas cívico-militares em São Paulo são um ataque à educação pública
É fundamental compreender que militarizar a escola não resolve os verdadeiros problemas da educação. Pelo contrário, camufla a crise, reduz a participação da comunidade escolar e exclui os mais vulneráveis.
O mandato do Professor Toninho Vespoli segue lutando por uma escola pública democrática, inclusiva e comprometida com a formação cidadã.
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