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São Paulo ignora o orçamento para a pessoa idosa

A capital paulista abriga mais de 2,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Ainda assim, o orçamento para a pessoa idosa em São Paulo continua vergonhosamente baixo — cerca de 0,1% do total anual. Essa negligência evidencia uma omissão histórica e cruel, que se repete ano após ano.

Durante a pandemia, idosos sustentaram suas famílias com aposentadorias mínimas. No entanto, mesmo com esse esforço, continuam excluídos das prioridades do governo municipal. O poder público, portanto, precisa reconhecer esse descaso e agir com urgência.


Conferências populares não viraram políticas

Nos últimos anos, a cidade organizou conferências temáticas para discutir políticas para a pessoa idosa, saúde e assistência social. A sociedade civil se mobilizou, apresentou propostas e participou dos debates. Apesar disso, o Executivo ignorou as principais reivindicações durante a elaboração da LDO.

Além disso, o orçamento para a pessoa idosa em São Paulo permaneceu estagnado entre 2003 e 2023, sem ultrapassar 0,1%. O PPA 2026-2029 confirmou esse padrão: o Programa 3007 (futuro 4023), voltado à população idosa, não mostra integração entre áreas nem planejamento estruturado.


Envelhecer não é custo: é investimento

Tratar o envelhecimento como gasto é um erro. Na verdade, políticas para essa população representam investimento social. Áreas como a economia do cuidado, o microempreendedorismo sênior e as pesquisas em saúde revelam oportunidades de desenvolvimento.

Portanto, o poder público precisa garantir infraestrutura, criar serviços e oferecer suporte técnico permanente. A cidade de São Paulo, que projeta um orçamento de R$ 540 bilhões para 2026–2029, deve reservar uma fração justa para os idosos, que já representam mais de 17% da população.


Chegou a hora de transformar discurso em ação

Diante desse cenário, torna-se urgente a criação de um Grupo de Trabalho permanente sobre envelhecimento. É necessário organizar, de forma concreta, estruturas públicas com atuação intersetorial. Isso inclui saúde, assistência, habitação e mobilidade.

Caso contrário, continuaremos testemunhando a exclusão da população idosa em uma cidade que se diz “amiga do idoso”. O futuro exige planejamento — e o orçamento para a pessoa idosa em São Paulo deve refletir isso com seriedade, justiça e compromisso.


Por que esse tema nos importa a todos

Hoje, milhões de paulistanos sofrem com a negligência. Amanhã, se tivermos sorte de envelhecer, viveremos as mesmas dores. Por isso, cada cidadão precisa cobrar ações, exigir planejamento e lutar por um orçamento que respeite quem tanto já contribuiu com a cidade.