O colapso ambiental no Rio Grande do Sul escancarou os riscos da negligência com a crise climática. Em São Paulo, o cenário não é muito diferente. Embora ainda não tenhamos enfrentado um evento tão extremo, tudo indica que a capital também está despreparada para proteger a população em caso de enchentes ou deslizamentos.
Lamentamos profundamente as vidas perdidas e os prejuízos causados pelas chuvas no Sul. No entanto, é essencial reconhecer que tragédias como essa não são meras fatalidades. Quando o poder público ignora alertas, falha em prevenir e se omite, as consequências se tornam inevitáveis.
Rio Grande do Sul ignorou os alertas, e o desastre aconteceu
Especialistas já haviam previsto, com meses de antecedência, as chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul em maio. Em 2023, o estado perdeu 75 vidas em enchentes. Mesmo assim, o governo local não investiu o suficiente em prevenção. O resultado foi a tragédia anunciada que todos nós presenciamos.
São Paulo segue o mesmo caminho de omissão
Enquanto o Rio Grande do Sul ignorou os sinais, São Paulo parece repetir o erro. O governador Tarcísio de Freitas usou apenas 40% da verba destinada ao combate a enchentes. Já o prefeito Ricardo Nunes não entregou o Plano Municipal de Redução de Riscos. Pior: tentou culpar o crime organizado pela falta de mapeamento das áreas mais vulneráveis.
Além disso, de R$ 72 milhões disponíveis para obras de prevenção, a prefeitura utilizou menos de 20%. Mais de R$ 59 milhões continuam parados, enquanto comunidades inteiras seguem expostas ao risco.
Com má gestão, basta chover forte para São Paulo afundar
Sem planejamento ambiental, sem obras de prevenção e sem compromisso com o futuro, São Paulo se torna um barril de pólvora prestes a explodir. Em vez de preparar a cidade, Nunes e Tarcísio priorizam cortes, desculpas e discursos. Enquanto isso, as periferias permanecem esquecidas, à mercê de alagamentos e deslizamentos.
É possível evitar desastres, mas falta vontade política
Cidades resilientes não se constroem com discursos vazios, mas sim com ação concreta. É necessário pensar o território, planejar investimentos, valorizar a defesa civil e priorizar a vida. O Rio Grande do Sul sofreu por falta de ação. São Paulo ainda tem tempo, mas o relógio está correndo.
O vereador Professor Toninho Vespoli defende um modelo de cidade que invista em prevenção, proteja quem mais precisa e enfrente com coragem os desafios climáticos. Precisamos de políticas públicas consistentes, não de omissão travestida de desculpa.